sexta-feira, 26 de março de 2010

MÚSICA NOVA: O QUE FICOU PRA TRÁS II - A VIAGEM NO TEMPO

Música nova que já pode ser ouvida aí do lado!


O QUE FICOU PRA TRÁS II - A VIAGEM NO TEMPO


Se tivesse dito
se tivesse feito
Certamente teria sido bem melhor

Se tivesse ido
Agido de outro jeito
O prejuízo talvez fosse bem menor

Mas não dá mais pra voltar atrás
Mas não dá mais pra voltar
 
Se tivesse escrito
Pensado direito
Certamente teria sido bem melhor
 
Se tivesse tido
Um pouco mais de peito
O prejuízo talvez fosse bem menor
 
Mas não dá mais pra voltar atrás
Mas não dá mais pra voltar

Dizem que é possível
Mas dizem ser improvável
Na verdade não é nada necessário
 
Mas não dá mais pra voltar atrás
Mas não dá mais pra voltar
Não, não dá mais pra voltar atrás
Não, não dá mais pra voltar

quinta-feira, 11 de março de 2010

DEPOIS DAQUELA ESQUINA

Enquanto não consigo terminar a gravação de O QUE FICOU PRA TRÁS II – A VIAGEM NO TEMPO (falta apenas um trechinho da bateria) descobri que o Leoni (aquele de “garotos como eu sempre tão espertos, perto de uma mulher...”) está promovendo o segundo concurso de composição em seu site: www.leoni.com.br.

Uma bela iniciativa, o concurso consiste numa parceria de composição: o concorrente deve compor uma música para uma letra dele que já existe; no caso, um soneto. Exercício interessante. A avaliação do vencedor será feita por “votação popular” dos cadastrados do site, através dos vídeos que os compositores apresentarão tocando e cantando a junção da música com a letra.

Ainda estou pensando em participar, mas musicar uma letra pré-existente sempre foi mais complicado para mim. Sou muito mais eficiente fazendo o contrário: colocando letra numa melodia que já existe. Tenho dezenas de letras sem música. E a maioria das minhas músicas surgiu assim. Se bem que ultimamente letra e melodia vêm pintando simultaneamente.

Inclusive, foi essa lógica, de colocar letra numa melodia pronta, que pontuou o primeiro concurso de composição do Leoni, do qual participei com a letra DEPOIS DAQUELA ESQUINA. Gosto muito dessa letra. O vídeo do concurso deve estar perdido em algum canto do You Tube.

Infelizmente, não fui sequer classificado para a final do concurso, que contou com 10 finalistas... Acho que o critério de avaliação através de votação popular, permitiu que os concorrentes se esbaldassem de fazer lobby para que amigos, parentes, conhecidos, votassem em suas composições. Legítimo. Mas, eu, particularmente, não me motivei em mobilizar meus amigos, pois o que queria era um julgamento da letra e não da minha capacidade de arregimentar seguidores.

Por outro lado tenho humildade de admitir a “derrota” e a segurança de que fiz uma boa letra, dentro do que gosto, desejo e posso. Humildade e segurança devem andar lado a lado para manter nosso equilíbrio para não cairmos na armadilha da insegurança ou da arrogância.

Segue abaixo a letra que criei especificamente para o 1º concurso. Quem sabe não a aproveito para uma melodia minha mais pra frente:

DEPOIS DAQUELA ESQUINA

? O que virá depois daquela esquina?
Você fica ansiosa pra saber
Sem bússola e sem mapa da mina
Você quer todo caminho prever

? O que haverá por trás dessa cortina?
Só abrindo a janela para ver
A dúvida enlouquece e alucina
E o futuro chega sem dizer

Mas cartas de tarô não vão adiantar
Nem a leitura das linhas da mão
Jogue os búzios pro alto
Não são solução

E você quer saber o que é o destino
Eu digo: é folha em branco pra você
? Por que não vem comigo escrever?

E você quer saber o seu destino
Eu digo: tudo pode acontecer
? Por que não vem comigo, vem viver

? O que virá depois daquela esquina?
Você vive ansiosa pra saber
Pergunta sobre sorte, carma, sina
Te ensino que é impossível responder

? O que haverá por trás dessa cortina?
Só abrindo a janela para ver
A luz que entra cega e ilumina
A dúvida fascina e faz crescer

Mas cartas de tarô não vão adiantar
Nem a leitura das linhas da mão
Jogue os búzios pro alto
Não são solução

E você quer saber o que é o destino
Eu digo é folha em branco pra você
? Por que não vem comigo escrever?


E você quer saber o seu destino
Eu digo: tudo pode acontecer
? Por que não vem comigo, vem viver

segunda-feira, 8 de março de 2010

AO ATAQUE!

No ultimo domingo mais uma sessão: bateria gravada fixa, ele no baixo, eu na guitarra. O que estava redondo se aprimorou; o que não estava saindo, saiu. Ensaio. 20% talento e 80% suor. Erros + repetição + sorte = acertos. Ciclo da vida. A cumplicidade aumenta. Ele erra uma nota e eu noto. O ouvido ficando mais afiado, afinado, afinal. Meu erro também é sentido. E perdoado: não há tempo a perder. Individualidades no mesmo sentido. Isoladas, seriam muito pouco. Quase nada. O que seria uma banda senão instrumentos que tocam e trocam? Ao ataque!

quarta-feira, 3 de março de 2010

COM O CHEIRO E COM O SOM

Domingo tocamos por cerca de 4 horas na garagem lá de casa. Banda de garagem, no nosso caso, não é uma metáfora, nem um estilo. É uma realidade concreta.

Umas músicas já estão bem redondinhas, outras precisam de mais ensaio ainda. O mais bacana é como sentimos que o entrosamento vai crescendo a cada sessão; o que nos leva a querer tocar juntos mais e mais, driblando os obstáculos do cotidiano.

Agora, o mais legal do ensaio de domingo foi termos gravado pela primeira vez o som que fizemos juntos ao vivo. O baixista pegou seu I Phone (tecnologia e informática, sempre com ele) e gravou !Parte! e Uma Só, as duas mais bem tocadas do dia.

Bateria fixa da “pedaleira”, ele no baixo e eu na guitarra e voz.

Esperava uma gravação horrorosa, com instrumentos fora de tempo, muitos erros... Mas não é que ficou redondinho?!

A gravação nos surpreendeu positivamente porque “vimos” que estava tudo em seu lugar, baixo e guitarra certinhos como tinham que estar e voz na sua nobre luta contra as limitações.

Claro que não era o melhor som do mundo, mas ficou mais do que claro que estamos evoluindo e que há um potencial no nosso som. (quem ouvia da sala confirmou que estava soando legal).

Fica claro o quanto é importante gravar. Ali, no momento em que tocamos não conseguimos assimilar tanto como está saindo. A gravação permite um distanciamento importante, uma audição mais racional do som, necessária para detectarmos defeitos, mas, no nosso caso, sobretudo, imprescindível para percebermos a beleza do que estávamos fazendo.

E me parece que para tudo na vida é meio assim também. Quando estamos inseridos num processo, num relacionamento, num problema, custamos para perceber a saída e tomarmos as atitudes mais precisas. Li num outro blog um dia desses uma reflexão sobre o quanto é fácil dar conselho e resolver os problemas dos outros enquanto temos tanta dificuldade para lidar com nossas próprias questões.

Imediatamente me lembrei de uma música dos Engenheiros que fala algo do tipo: “sem o cheiro, sem o som, sem ter nunca estado lá / com a coragem que a distância dá, fica mais fácil”.

Quantas vezes nós não percebemos o quanto fomos tolos em certas passagens da vida, depois que o tempo nos permite um certo distanciamento para encarar a questão?

Por outro lado, é preciso sabedoria para entender que “fomos (e somos) quem pudemos ser”: o que seria de nós sem os sentimentos, os cheiros e os sons que nos fizeram e nos fazem tomar as atitudes que tomamos ao longo da vida?

Como na gravação, encarar os erros e procurar corrigi-los é fundamental. Mas reconhecer os méritos e a legitimidade de ações tomadas sob a pressão, com o calor, o cheiro e o som do momento, talvez seja ainda mais crucial.