terça-feira, 27 de julho de 2010

“COMO A MAIORIA”

“Fiz o trabalho profissional, que tenho certeza que a maioria iria fazer no meu lugar", explicou Felipe Massa, após ceder 1º lugar para Fernando Alonso, no GP da Alemanha.

Agora ficou tudo claro. Massa se despediu do círculo que rondava e tentava arduamente se firmar, reservado para os foras de série, os incomuns, os vitoriosos, e passou a andar pelo caminho da maioria, dos normais, dos ordinários.

Entre 22 pilotos no grid de largada, apenas 1 vence a corrida. Ao longo de um campeonato, alguns vencem corridas, mas só 1 é campeão. Ser vitorioso no esporte (e porque não, na vida) é tarefa para os incomuns, para os diferentes, para os que têm algo mais, e não para a maioria. É coisa para poucos.

Não é a maioria que vence. Não é maioria que faz a diferença.

Os foras de série também são aqueles que questionam a ordem vigente. São aqueles que não se curvam às ordens moralmente inaceitáveis. São os que lutam diante de injustiças. São os que em vez de se oporem calados, ardem, agem hoje, erguem, invadem. Não vêem graça em fazer vista grossa e arrebentam a corda, quando não estão de acordo. Não lavam as mãos nem dão as costas, mesmo que não tenham costas largas.

Mas, infelizmente, no último domingo, Felipe Massa fez como Rubinho, como Nelsinho, como a maioria.

!PARTE!
eu quero abrir os olhos
porque não vejo graça
em fazer vista grossa
eu quero acordar
eu não estou de acordo
quero arrebentar a corda

!parte!
!chega perto!
arde!
Pra quem acorda nunca é tarde
!age hoje!
!ergue!
!invade!
é tempo de romper a grade

não vou lavar as mãos
porque tenho as mãos limpas
eu vou na contramão
não tenho costas largas
mas não vou dar as costas
é melhor me largar agora

!parte!
!chega perto!
!arde!
Pra quem acorda nunca é tarde
!age hoje!
!ergue!
!invade!
é tempo de romper a grade

... outra vez
sempre é tempo...
... outra vez
sempre há tempo...

!parte!
!chega perto!
!arde!
Pra quem acorda nunca é tarde
!age hoje!
!ergue!
!invade!
é tempo de romper a grade... !outra vez!

sábado, 17 de julho de 2010

Quebra negona = Shake it up baby?

Há algumas semanas, inocentemente, entrei numa discussão com leitores de um blog sobre rock baiano (http://rockloco.blogspot.com/ - muito legal), ao defender, dentro do assunto que se falava no blog, que a Axé Music já merecia mais respeito dentro do universo da música. Defendia e assim entendo, que existe muita coisa musicalmente relevante e bem feita na axé music e que a má vontade com que roqueiros viam esse estilo musical ia até de encontro com o sentido de ser do próprio rock, que nasceu como uma música simples, tecnicamente falando.

O auge da minha provocação foi dizer que era contraditório cobrar apuro musical ou letras elaboradas da axé music, quando Legião Urbana surgiu com músicas simplérrimas de 3 acordes e os Beatles, pelo menos no início da carreira, tinham letras bobas e vazias – vide Twist and Shout, cuja letra poderia muito bem ser encaixada numa melodia de axé – desferi.

Inevitavelmente surgiram alguns leitores do blog me chamando de delirante axezeiro, que estava cometendo uma heresia dessas imperdoáveis. Aprendi, inclusive, que Twist and Shout, apesar de gravada pelos Besouros, não havia sido composta por eles.

Pois bem, discussão superada, qual não foi minha surpresa quando, há 10 minutos atrás, ouvi no rádio uma música chamada “Quebra Negona” do “Raghatoni” (o marido de Sheila Carvalho, ex dançarina do É O Tchan). Pois não é que Quebra Negona é uma versão de Twist and Shout! Cheia de suingue, cheia de axé, mas definitivamente uma versão de Twist and Shout!

A princípio fiquei surpreso com essa gravação. Será que ele obteve a devida autorização por parte de quem cuida dos direitos dos Beatles, para gravar essa versão?

Lembro-me que Rita Lee, ao lançar um cd só com músicas dos garotos de Liverpool - algumas delas com versões em português – não conseguiu autorização para gravar uma versão de “I Wanna Hold Your Hand”, pois substituíra a letra original por uma fábula em português vivida por um bode e uma cabra, cujo clássico refrão “i wanna hold your haaaaaaaaaaaand” virava “o bode disse méeeeeeeeeeeeeeeeee”...

Se os detentores dos direitos do Beatles foram criteriosos a ponto de vetar uma versão bem humorada de uma música para Rita Lee, temerosos com a falta de fidelidade com a original, por que haveriam de autorizar uma versão de Twist and Shout chamada “Quebra Negona” e cantada pelo Raghatoni?

Foi aí que comecei a refletir: será que a tradução “shake it up baby” aqui na Bahia não seria exatamente “Quebra Negona”?

Será que não existe algo de preconceito ou discriminação de nossa parte, ao achar uma música em inglês linda quando canta “i love you” e achar brega uma música nacional que canta “eu te amo”?

Idolatramos jovens roqueiros ingleses, filhos do proletariado europeu, mas detonamos as manifestações culturais das classes mais populares do nosso país...

Talvez a transformação mais fiel de uma música inglesa que canta “shake it up baby” para uma música baiana, seja justamente “quebra negona”, por mais que isso doa aos ouvidos.

E dói, viu...

PS: seguem abaixo as versões original e traduzida de Twist and Shout, de acordo com o www.terra.com.br

Twist And Shout
The Beatles
Composição: Phil Medley / Bert Russell

Twist And Shout

Well, shake it up baby now (Shake it up baby)
Twist and shout (Twist and shout)
Come on, come on, come, come on baby now (Come on baby)
Come on and work it on out (Work it on out)

Well work it on out, honey (Work it on out)
You know you look so good (Look so good)
You know you got me goin' now (Got me goin')
Just like I knew you would (Like I knew you would)

Well, shake it up baby now (Shake it up baby)
Twist and shout (Twist and shout)
Come on, come on, come, come on baby now (Come on baby)
Come on and work it on out (Work it on out)

You know you twist, little girl (Twist, little girl)
You know you twist so fine (Twist so fine)
Come on and twist a little closer now (Twist a little closer)
And let me know that you're mine (Let me know you're mine)

Gire e Grite

Bem, dance agora baby (dance agora)
Gire e grite (gire e grite)
Vamos, vamos, vamos, vamos lá baby (vamos lá baby)
Vamos lá, vamos dar certo juntos (vamos dar certo juntos)

Bem, vamos dar certo juntos, amor (Vamos dar certo juntos)
Você sabe que está tão bonita (Está tão bonita)
Você sabe que você me tem agora (me tem)
Assim como eu sabia que o faria (como eu sabia que o faria)

Bem, dance agora baby (dance agora)
Gire e grite (gire e grite)
Vamos, vamos, vamos, vamos lá baby (vamos lá baby)
Vamos lá, vamos dar certo juntos (vamos dar certo juntos)

Você sabe que gira, garotinha (gira, garotinha)
Você sabe que gira tão bem (gira tão bem)
Vamos, gire um pouco mais perto agora (gire um pouco mais perto)
E me deixe saber que é minha (me deixe saber que é minha)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

TOP 10

Ontem, me parece que foi o dia mundial do rock. Na falta de um texto inspirado, segue uma listinha com as bandas de rock que mais gosto ou mais gostei durante a vida...

São bastante pessoais, sem qualquer pretensão de ser uma lista definitiva. É o que lembro no momento. Às vezes dá uma ressaca moral de não terem algumas bandinhas undergrounds (o que revela minha total preguiça de conhecimento). Às vezes, acho bacana...

TOP 10

1. Engenheiros do Hawaii

2. Legião Urbana

3. Oasis

4. Guns´n Roses

5. Green Day

6. U2

7. Dire Straights

8. Ultraje a Rigor

9. The Verve

10. Coldplay