segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

PERSPECTIVA 2010

1) Ontem, 27/12/2009, no Fantástico, 5 crianças diziam o que esperavam de 2010. 3 delas, de pele clara, cabelo liso e de classe média se mostraram preocupadas com o aquecimento global. Das outras 2, de pele morena, cabelos crespos e de relativa pobreza, uma estava interessada em ajeitar o telhado e a janela de sua casa enquanto a outra esperava concluir a terceira cirurgia de correção para um problema nos pés.

2) Na última Revista VEJA do ano, na coluna da última página, o dono da Editora Abril, Roberto Civita, lembrava que em 2010, ano eleitoral, a revista continuaria cobrando as 3 reformas mais essenciais para o Brasil: simplificação do sistema tributário, modernização das leis trabalhistas e solução para o insustentável sistema previdenciário. Eu, cá na minha ignorância, com alguma pouca experiência de conhecer alguma coisa da realidade do país, acho que nenhuma reforma pode ser mais prioritária do que a universalização do Saneamento Básico (minha empregada mora numa casa, como as outras de sua rua, que quando chove o esgoto invade e ratos caem do telhado), Educação e Reforma Agrária (quem já viu a zona rural de uma cidade pobre do Nordeste sabe que moram pai, mãe e 8 filhos numa casa sem água corrente, abastecida vez por outra por um carro pipa, ainda sobrevivendo do plantio familiar, que depende da boa vontade do clima).

3) Enquanto muitos clamam por um bom emprego em 2010, eu, que já o tenho, clamo por fazer algo que “me realize mais pessoal e profissionalmente”.

Tudo, questão de perspectiva.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

RETROSPECTIVA 2009

Sempre compus músicas. Quase nunca as mostrei. Por timidez, medo da crítica, rigorosa autocrítica. Não sei.

Parece que os compositores compõem sempre nos estilo do que mais gostam de ouvir, nos estilo das canções que o formaram musicalmente, lá naquele tempo em que começou a se interessar por música. Pelo menos comigo é assim.

E o tipo de som que me fez curtir música, ficar ouvindo fita cassete, meu primeiro e único LP e a grande maioria dos meus CDs é o rock. Dos mais variados estilos.

Então, as músicas que componho, das mais baladas às mais rapidinhas, em geral, tem uma pegada rock. Componho no violão, mas as músicas que crio têm uma roupagem de rock desde o momento em que são concebidas. Porém, nunca tinha “visto” uma música minha com bateria, baixo e guitarra, o “power trio” mínimo de qualquer música de rock.

Neste contexto, o ano de 2009 foi especial.

Por uma série de motivos, nunca consegui tocar junto com outras pessoas. Nunca consegui juntar pra fazer um som. No máximo, um violão e uma percussãozinha, mas muito pouco, até disso. Nunca fui o cara de tocar em luau, todos ao meu redor. Sou tímido, canto mal e sempre preferi criar minhas músicas a tocar covers. E com o passar do tempo, o tempo para tocar violão foi ficando cada vez mais reduzido, fazendo com que cada vez mais me voltasse para minhas próprias músicas sem me dedicar a aprender mais músicas novas. E as que sabia, fui esquecendo aos poucos.

No fim de 2008, em plena crise pessoal dos 30 anos de idade, resolvi gravar um cd. Gravei 11 músicas minhas em voz e violão mesmo e levei para um músico conhecido meu, dono de estúdio. Tinha idéias na cabeça para gravar um disco de rock, sem nunca ter tocado uma guitarra. Ele criaria os arranjos com base nas minhas opiniões e eu cantaria.

Mas aí o cara foi chamado para tocar num festival, e quis adiar meu projeto para março/2009.

Como não gosto de depender de ninguém, entrei em 2009 com o desejo de me virar sozinho, para investir um pouco nesse sonho adormecido. Peguei o dinheiro que gastaria na curtição do carnaval de Salvador, cada vez mais caro, e montei um super mini micro acanhado “home studio” em casa, obviamente.

Fiz um curso para aprender a mexer no software. Tirei do armário uma guitarra que havia ganhado de presente de uma namorada, anos atrás, e que nunca havia sido tocada. Comprei de um primo uma “pedaleira multi-efeitos” que “dá” vários efeitos ao som da guitarra. Passei a tocar a guitarra com os conhecimentos que tinha do violão e há 2 meses passei fazer aulas. Em janeiro pretendo começar aulas de canto. Tudo isso em paralelo com minhas atividades cotidianas de um dia útil que tem, no mínimo, 8h de trabalho e mais 2 de trânsito.

Pronto: passei a ser minha própria banda. Comecei a criar arranjos para minhas músicas, criando bateria, baixo, teclados, piano com os recursos “midi” do estúdio e executando a guitarra. E cantando.

Chego a 22/12/2009 com 8 músicas gravadas nesse Home Studio. Menina, O Que Tenho Pra Dizer, Paris, Homem Perfeito, !Parte!, Qualquer Direção, Primeiro Passo e Pé No Breque.

São gravações amadoras, caseiras e cheias de defeitos.

Mas o grande saldo disso é ter a consciência de que:

1 – Sim, acredito nas minhas músicas. Cada vez mais.

2 – Sim, preciso aprender mais música. Muito mais. Teoria e prática. Cada vez mais.

3 – Sim, eu canto muito mal. Mas não vejo outra opção a não ser tentar cantar melhor. Por enquanto não há ninguém que acredite ou queria cantar minhas músicas por mim.

4 – Sim, este vai ser meu projeto. O sonho é juntar amigos e formar a banda. Ensaiar, aprender a tocar junto. Aprender a tocar junto com outras pessoas vendo. Se isso não ocorrer, o projeto será, no mínimo, disponibilizar minhas músicas num site. Gravar através de um estúdio profissional para minimizar defeitos. Tenho na cabeça pelo menos 3 projetos de discos concebidos com mais de 40 músicas compostas. E continuo compondo. No mínimo, a Ilhados Aqui serei eu, eu mesmo e minhas circunstâncias. Fazendo o som que posso, ainda que não seja o quero. Cantando como posso, se for assim que tiver que ser.

2009 foi o ano do começo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Letra sem música ainda. O que acha?

VAGABUNDOS

Outro dia num jantar em uma varanda gourmet
Num dos prédios mais metidos da cidade
Falavam de violência e de como a conter
Falavam que pra bandido não existe piedade

Um tanto contrariado, tive que concordar
Do quanto é difícil tanto bandido solto
Se a polícia prende pra justiça liberar
Vamos lá: bandido bom é bandido morto!

Vamos matar os vagabundos
Vamos queimar os vagabundos
Que tal torturar uns vagabundos?!
Vamos esfolar os vagabundos

Mas para não errar e não sermos injustos
Vamos manter um critério bem objetivo
Vamos matar todo e qualquer vagabundo
Sem qualquer distinção, basta que seja bandido

Do presidente conivente com a corrupção
Ao empresário que dá nota superfaturada
Do servidor que ganha e frauda licitação
Ao empreiteiro que ganha licitação fraudada

Vamos matar os vagabundos
Vamos queimar os vagabundos
Que tal torturar uns vagabundos?
Vamos esfolar os vagabundos


A socialite empresária da sonegação
O fiscal da fazenda que entra na malandragem
O juiz de direito que vende decisão
O filho do deputado que utiliza passagem

O prefeito que troca alvará por propina
O diretor que desvia os valores de um fundo
O dono de posto de falsa gasolina
Todos não passam de belos vagabundos

Vamos matar os vagabundos
Vamos queimar os vagabundos
Que tal torturar uns vagabundos?
Vamos esfolar os vagabundos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

PENSAMENTO DO DIA

No caminho de criar qualquer coisa, raramente criamos algo do jeito idealizado, mas acabamos criando algo. E esse algo é algo real, possível. E que pode ser tão ou mais interessante que aquilo idealizado.

Agora, talvez o grande desafio seja o tênue equilíbrio entre o conformismo de se contentar com pouco e a consciência de se ver a beleza do que foi possível realizar.

Há diferença?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SAIDINHA PROPINA

Vamos aderir à campanha SAIDINHA PROPINA! Ladrões de todo o Brasil, para que ficar atrás de migalhas dos pobres mortais da Saidinha Bancária? Será muito mais lucrativa a SAIDINHA PROPINA!

Vejam bem: os políticos sempre andam cheios de dinheiro em espécie por todo corpo, o tempo todo, uma vez que não podem depositar no banco... Imagine quanto vocês não iriam lucrar na espreita da saída de salas comerciais de assessores parlamentares, secrétários de governo, ou aguardando os próprios titulares dos governos e ministérios!

E o melhor, além do lucro muito maior, os roubados não poderiam dar queixa e acionar a polícia!

E mais, vocês ainda teriam 100 anos de perdão!

Vamos botar essa campanha na rua: Saidinha bancária que nada, o lance é a SAIDINHA PROPINA!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PENSAMENTO DO DIA

"A paciência só é uma virtude em relação aos atos que não dependem de nós mesmos" (h. alencar)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ESPELHO DO BRASIL

Espelho do Brasil I: o cara que tem um vídeo divulgado com imagens suas recebendo propina de forma descarada, no Japão daria um tiro na cabeça, nos EUA ou Europa viria a público se desculpar e constrangidamente anunciar sua renúncia à vida pública. No Brasil, ele insiste em pateticamente se explicar. Seqüelas de um Paulo Maluf.

Espelho do Brasil II: o partido do cara acima, diante do escândalo da categoria “mais explícito, impossível”, reunido para definir a punição / expulsão do membro exposto, decide esperar mais uns dias para a decisão, diante da ameaça do protagonista de divulgar nomes de outros membros do partido, que receberam grana da mesma fonte espúria.

Seria engraçado, se não fosse triste.